Para mim ele é único,
incomparável.
Muitos só devem se lembrar dele por Psicose (1960) e uma das mais
clássicas cenas do cinema, a morte no banheiro. Sim, Psicose é 10 (quem nunca ficou com vontade de gritar pra Janet Leigh que era pra ela sair correndo dali? só eu?), mas meus
preferidos dele são Janela Indiscreta (1954) e Um corpo que cai (1958).
Mas devo dizer que dos
que assisti o que mais me causou impacto foi Os Passáros (1963). Égua do filme angustiante. Na primeira
tentativa eu larguei a fita no meio (sim, era uma fita k-7). A segunda
tentativa, a qual consegui ver o filme até o final, foi quando passou em
Supercine (sim, eu juro em tempos passados eram exibidos filmes bons neste
horário). Lembro de não ter conseguido dormir direito aquela noite. Fiquei
elétrica com a narrativa e até hoje não assisti mais. Imagina?! uns passáros surtados atacando a galera (as cenas de ataque são de arrepiar).
Enfim, como tudo na
vida, bom ou ruim, tem seu final, o mestre do suspense se foi há exatos 33 anos
para o maior mistério de todos. Mas é claro, alguns de nós vieram a este mundo para
serem eternos.
OS PASSÁROS. Deu a louca na passarada, ataque aéreo.
PSICOSE. Sai correndo daí, larga essa toalha.
UM CORPO QUE CAI. É por isso que tenho medo de altura.
Trajetória (fonte:winkipédia)
Sir Alfred Joseph
Hitchcock, KBE (Leytonstone, Londres, 13 de agosto de 1899 — Bel Air, Los
Angeles, 29 de abril de 1980), cineasta inglês, considerado o mestre dos filmes
de suspense, um dos mais conhecidos e populares realizadores de todos os tempos.
Primeiros anos
Em 1920, aos vinte e um
anos, o jovem leu em uma revista que uma empresa de cinema dos Estados Unidos,
a Famous Players-Lasky Company, iria criar um estúdio em Londres. Hitchcock
apresentou-se nos escritórios da Famous levando consigo alguns esboços de
letreiros para filmes mudos que tinha projetado com a ajuda de seu chefe na
empresa onde trabalhava, o departamento de publicidade da Henley. A empresa o
contratou como desenhista de letreiros, e com o salário que passou a ganhar no
novo emprego lhe permitiu deixar o emprego na Henley. No primeiro ano trabalhou
como letrista em vários filmes, e no ano seguinte passou a ser responsável por
cenários e pequenos diálogos em novos filmes. Ele escrevia sob a direção de
George Fitzmaurice, que também lhe ensinou as primeiras técnicas de filmagem.
Em 1923, o escritor,
ator e produtor Seymour Hicks ofereceu a Hitchcock a co-direção de um filme
menor, Always Tell Your Wife, pois o diretor original do filme havia ficado
doente. Logo colaborou em um filme inacabado por falta de verba, Mrs. Peabody,
esta foi a sua primeira experiência verdadeiramente cinematográfica.
Em 1925, Michael Balcon lhe propôs dirigir uma co-produção
anglo-alemã intitulada The Pleasure Garden. Era sua primera oportunidade como
diretor. O resultado, agradou os dirigentes do estúdio e naquele mesmo ano ele
veio a dirigir outros dois filmes The mountain eagle ( que não existe mais, o
que apenas sobrou foram seis fotos) The Lodger: A Story of the London Fog, foi
seu início no suspense, que mostra a história de uma família que desconfia que
seu inquilino seja Jack, o Estripador. O três filmes estrearam em 1927. Neles,
o diretor aparecia discretamente como figurante, sem ser incluído como parte do
elenco ou roteiro, era a sua maneira de assinatura em seus filmes, que mais
tarde se tornou tão popular.
Em 1933 foi trabalhar
na Gaumont-British Picture Corporation, e o seu primeiro filme para a companhia
chamou-se The Man Who Knew Too Much (O Homem que Sabia Demais), de 1934, que
seria refilmado em 1956 com outros atores.
Hitchcock estabeleceu
algumas inovações que caracterizaram seu estilo, uma delas é a introdução de um
recurso de roteiro que virou uma de suas marcas registradas, o personagem
inocente que é perseguido ou punido por um crime que não cometeu.
O sucesso destes filmes
chamou a atenção dos produtores de Hollywood para a habilidade do diretor em
usar o suspense, a partir de tramas plausíveis em que explorava
psicologicamente os temores humanos. Em 1939, Hitchcock mudou-se para os
Estados Unidos e assinou contrato com David Selznick, produtor de filmes como E
o Vento Levou e It started in Naples, onde realizaria a maior parte de suas
obras-primas.
Período em Hollywood
Hitchcock mudou-se para
os Estados Unidos em 1939 e tornou-se cidadão norte-americano em 1955. A
estreia de Alfred Hitchcock em Hollywood foi com Rebecca (1940), que veio a
vencer o Oscar de melhor filme. Este foi o único filme do diretor a ganhar um
Oscar nessa categoria. A obra gira em torno do romance entre um rico viúvo e
uma inocente jovem, que acabam se casando rapidamente. Tudo parecia perfeito,
até que Rebecca, a falecida esposa, volta para assombrar a jovem. O elenco do
filme contava com Laurence Olivier e Joan Fontaine.
Nas três décadas
seguintes, Hitchcock dirigiu praticamente um filme por ano em Hollywood.
Na década de 1940, os
filmes de Hitchcock tornaram-se mais diversificados, passando pelo género da
comédia em Mr. & Mrs. Smith (Um Casal do Barulho / Meu Marido é Solteiro)
(de 1941), ao filme noir em Shadow of a Doubt (A Sombra de Uma Dúvida) (de
1943) e a ficção sobre leis em The Paradine Case (Agonia de Amor / O Caso
Paradine), de 1947.
A partir de 1948, ele
foi seu próprio produtor e atravessou os anos 1950 com uma série de filmes de
suspense com grandes orçamentos e contando com algumas das principais estrelas
do cinema norte-americano.
Em 1955, ganhou um
programa de televisão chamado Alfred Hitchcock Presents. Tratava-se de um
programa com vários episódios criminais que fez muito sucesso, servindo para
aumentar ainda mais a sua popularidade.
Psycho (Psicose /
Psico), de 1960, ajudou a mudar a abordagem cinematográfica sobre o terror, A
reação do público foi impressionante, com filas que dobravam os quarteirões e
muita gritaria na plateia nas cenas mais aterrorizantes.2 O filme teve como
protagonista Janet Leigh, Anthony Perkins e Vera Miles, venceu o Globo de Ouro
na categoria melhor atriz coadjuvante (Janet Leigh). O filme trouxe uma das
cenas mais conhecidas da história do cinema, a famosa cena do chuveiro, quando
a personagem de Janet Leigh é assassinada a facadas. O filme ficou na décima
oitava posição entre os 100 melhores filmes do Instituto de Cinema Americano.
Morte
Em 1980 Alfred
Hitchcock recebeu a KBE da Ordem do Império Britânico, das mãos da Rainha
Elizabeth II. Ele morreu quatro meses depois, de insuficiência renal, em sua
casa em Los Angeles.
Características
Cary Grant, dos poucos
atores favoritos de Hitchcock, com quem fez diversos filmes.
Suspense
O suspense de Hitchcock
trouxe inovações técnicas nas posições e movimentos das câmeras, nas elaboradas
edições e nas surpreendentes trilhas sonoras que realçam os efeitos de suspense
e terror. O clima de suspense é acentuado pelo uso de música forte e dos
efeitos de luz. Em Psycho, somente o espectador vê a porta se entreabrir,
esperando algo acontecer enquanto o detetive sobe a escada.
O vilão inocente
Um dos recursos de
suspenses mais utilizados por Hitchcock é o do vilão inocente, através dele um
inocente é erroneamente acusado ou condenado por um crime e que, para se ver
livre, acaba assumindo a missão de perseguir e encontrar o real culpado.
O espectador como
participante
Em alguns filmes, o
personagem age como se soubesse que o telespectador está observando sua vida.
No filme "Rear Window" (1954), o personagem Lars Thorwald
(interpretado por Raymond Burr) confronta Jeffries (interpretado por James
Stewart) dizendo: "O que você quer de mim?" endereçando a pergunta ao
telespectador com um close em seu rosto.
Identidade do assassino
Um dos elementos que
caracterizam seus personagens é a figura do assassino cuja identidade é
revelada ao longo da ação.
Alguns exemplos de
aparições de Hitchcock em seus filme são:
Rear Window (pt./br. Janela Indiscreta) –
aparece dentro do apartamento do pianista
Psycho (pt. Psycho / br. Psicose) – passa a
frente do escritório de Marion trabalho com chapéu de cowboy
Torn Courtain (pt./br. Cortina Rasgada) –
aparece logo aos oito minutos segurando um bebê no hall do hotel em que os
protagonistas se hospedam.
Frenzy (pt. Frenesim /br. Frenesi) –
aparece no início do filme, no meio da multidão que está às margens do rio
quando um corpo da vítima aparece boiando.
Suspicion (pt./br. Suspeita) – aparece
enviando uma carta no posto dos correios da cidade.
Shadow of a Doubt (br. A Sombra de uma Dúvida) – aparece
num trem, jogando cartas com um homem e uma mulher.
Spellbound (pt./br. Quando Fala o Coração)
– sai do elevador do Empire Hotel carregando uma maleta de violino e fumando um
cigarro.
Blackmail (pt. Chantagem / br. Chantagem e
Confissão) – aparece em cena como um passageiro no metrô que é importunado por
um garoto.
Family Plot (pt./br. Intriga em Família) –
aparece o seu perfil por trás do vidro de uma porta como se estivesse a falar
para outra pessoa e a gesticular.
Dial M for Murder (br. Disque M Para Matar)
– aparece no canto inferior esquerdo de uma fotografia pendurada na parede da
sala.
The birds (pt./br. Os Pássaros) – aparece
passeando pela calçada do lado de fora da loja de animais.
Lifeboat (br. Um Barco e Nove Destinos) –
inicialmente, o diretor teve a ideia de aparecer como um corpo boiando próximo
ao barco. Porém, entusiasmado com seu sucesso na tentativa de perder peso,
Hitchcock decidiu aparecer posando para fotos "Antes & Depois" a
respeito de um remédio para emagrecimento chamado "Reduco", mostrado
num jornal durante o filme.
Rope (pt. A Corda / br. Festim Diabólico) –
aparece duas vezes. Logo no início, aparece atravessando a rua. Mais tarde, uma
caricatura de Hitchcock aparece num neon que reflete na janela do apartamento
dos assassinos, em Nova Iorque. Esta é uma referência à aparição feita em
Lifeboat, onde se lê "Reduco", como na aparição feita quatro anos
antes.
Notorius (pt. Difamação /br. Interlúdio) –
aparece após aproximadamente uma hora de filme em uma festa realizada na mansão
de Alexander Sebastian.
Vertigo (pt. Vertigo / br. Um Corpo Que
Cai) – aparece aos exatos onze minutos de filme, caminhando com um terno em
frente ao estaleiro de Gavin Elster.
Strangers in a Train (br. Pacto Sinistro) –
aparece aos 5 minutos de filme, embarcando no trem com um contrabaixo.
Foreign Correspondent (pt. O Correspondente
Estrangeiro / br. Correspondente Estrangeiro) – aparece aos 12 minutos de
filme, lendo um jornal e usando um chapéu.
Rebecca (pt. Rebecca / br. Rebecca, A
Mulher Inesquecível) – aparece aos 126 minutos de filme, na rua, perto de uma
cabine telefônica.
The Lady Vanishes (br. A Dama Oculta) –
aparece quase ao final da Victoria Station, fumando um cigarro.
North by Northwest (pt./br. Intriga
Internacional) – aparece logo no começo do filme correndo para pegar o ônibus.
Topazio (pt./br. Topázio) – aparece na
estação de trem, numa cadeira de rodas, depois se levanta para cumprimentar um
homem.
To Catch a Thief (pt./br. Ladrão de Casaca)
- aparece em torno dos dez minutos, sentado ao lado de John Robie (Cary
Grant)em um onibus.
MacGuffin
O MacGuffin é um
conceito original nos filmes de Hitchcock, um termo usado pelo cineasta para
inserir um objecto que serve de pretexto para avançar na história sem que ele
tenha muita importância no conteúdo da mesma. O MacGuffin de Psycho é o
dinheiro roubado do patrão. O dinheiro só serve para conduzir a personagem
Marion Crane até o Motel Bates, mas ao chegar ao motel o dinheiro perde a
importância no desenrolar da história. Já o MacGuffin de Torn Courtain é a
fórmula que possibilitaria a construção de um antimíssil. É para conseguir a
fórmula que o personagem principal parece desertar para Berlim Oriental, é
seguido pela noiva e daí desenvolve-se o enredo.
Principais prêmios
Hitchcock recebeu o
Prêmio Irving Thalberg da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de
Hollywood pelo conjunto de sua obra; entretanto, apesar de indicado seis vezes
ao Oscar, cinco vezes como melhor diretor e uma como melhor produtor, jamais
recebeu a cobiçada estatueta, juntando-se a outro gênio cinematográfico também
nunca agraciado com o prêmio máximo da academia, Stanley Kubrick.
Suas seis indicações
aos Oscar foram pelos filmes Rebecca (1940), Lifeboat (1944), Spellbound
(1945), Rear Window (1954) e Psycho (1960), como diretor; e Suspicion (1941),
como produtor.
É considerado pelo The
Screen Directory, uma publicação sobre cinema, como o "maior diretor de
todos os tempos".